Fazer para Deus


"Tudo o que fizer, faça-o de coração, como se estivesse fazendo para Deus, o Senhor." Este versículo tem sido mais que uma pílula motivacional ou qualquer ideia do gênero. É uma verdade pra mim, em forma de lema de vida. Afinal, amigos e desconhecidos, vivemos num mundo onde o egocentrismo e o subjetivismo impera, onde as pessoas buscam cada vez mais os seus próprios interesses, suas verdades relativas e tudo se resume ao que eu posso realizar para mim mesmo, ou que legado (seja material ou imaterial) vou deixar para meus filhos. É um bom plano, em parte, mas é mister esquadrilhar nossas reais intenções.
Por isso acredito que fazer o nosso melhor, tem que vir necessariamente do coração, do fundo da alma, jamais ansiando por uma recompensa. Isso se traduz de diversas formas: ao ajudar o próximo, trabalhar com zelo e alegria, buscar o aperfeiçoamento pessoal, o apoio espiritual e a melhoria profissional. Enfim, em todas as coisas da vida, seja um pequeno ou grande gesto, tudo  deve concorrer para agradar àquele que nos criou para uma missão exclusiva. Então eu diria que todos temos algo a acrescentar neste mundo, na vida de muitos, de alguns, ou na vida de alguém. Podemos e faremos a diferença, quando chegarmos à compreensão deste "fazer para Deus", pois ninguém veio ou se foi deste mundo, sem a permissão dele. Afinal, tudo é Dele, por Ele e para Ele.

Escrito em 09/04/2018

O magnífico privilégio de ter mãe

Hoje é o segundo domingo de maio, dia anual dedicado às mães. A maioria das pessoas comemora alegremente esta data, afinal, quem merece ser homenageada neste mundo mais do que aquela que nos gerou?

Ops... falei a maioria, porque (não por vontade própria) faço parte da minoria, os órfãos de mãe. Não os órfãos de mãe que conviveram por muitos anos com sua querida mamãe, daqueles que sentaram-se à mesa com ela nos almoços dos segundos-domingos-de-maio. Sou daquela minoria triste, que tiveram uma vida inteira sem a presença de seu anjo protetor. Minha "mãinha" me deixou (não por vontade própria) quando eu tinha 5 anos, quatro meses e dez dias. Pois é, não tenho lembrança de nenhum alegre domingo com minha amada mãezinha. Perdoem-se as mães dos outros, mas pra mim, esse dia é triste e vazio. 

Então, você que é filho e pode passar este dia com sua mãe, ou, pelo menos ligar pra ela de qualquer parte do mundo, este post é pra você.

Tem uma mensagem que circula nas redes sociais bem popular sobre o dia das mães que sintetiza as fases da vida de um(a) filho(a) com suas respectivas falas à mãe:

3 anos: Mãe te amo!
11 anos: Mãe não enche!
16 anos: Minha mãe é tão chata!
18 anos: Eu quero sair da casa da minha mãe!
25 anos: Mãe você tinha razão!
30 anos: Eu quero voltar pra casa da minha mãe!
50 anos: Eu não quero perder minha mãe!
70 anos: Eu daria qualquer coisa pra ter minha mãe aqui comigo!

É bem interessante a verdade incutida nas entrelinhas dessas simples exclamações. Já refletiu sobre a fase em que você se encontra? Eu já: passei a primeira e fiquei presa na última, indefinidamente. Não tenho mais o que refletir, a não ser sobre os tipos de mães e filhos que hoje vemos nesse mundo. Como sou filha e tive um bom pai, soube desempenhar bem o meu papel. Mas o que vejo "à torto e à direta" são filhos preguiçosos, irresponsáveis, ingratos e insolentes. Hoje, dia comemorativo delas, os filhos querem "tapar o sol com a peneira", ou melhor, com o presente. Muitos passam o ano inteiro sendo desrespeitosos com suas mães, não ajudam em casa, não obedecem suas ordens, não atendem seus pedidos, não são companheiros nem estudiosos e tantas outras coisas. Ah! Mas no dia das mães querem passar uma borracha nas suas malcriações de 364 dias com um belo presente.

Já parou pra pensar se você não fosse criado por sua mãe? Feche os olhos e imagine-se nesse mundo paralelo onde sua mãe não existiria e você fosse criado sem ela. Você não seria acordado todos os dias da sua infância pelos seus beijos, não ouviria a voz dela chamando seu nome e dizendo o quanto te ama e que você é especial pra ela. Você não a teria do seu lado da cama quando estivesse doente, nem levaria aquela bronca por desobedecer, de vez em quando. E jamais chamaria este nome lindo: Mãe! Mamãe! Pense em todos os momentos em que sua mãe esteve com você e delete-os da sua memória por um momento... 
- Nossa, que viagem horrível! - Dirá você. 
- Bem vindo ao meu mundo real. Eu daria qualquer coisa para ter o magnífico privilégio que foi dado a você.

Quer voltar urgentemente ao seu mundo agora, aos amorosos e protetores braços da sua mãezinha? Valorize-a enquanto ela vive! Abrace-a mais, diga a ela o quanto a sua vida é boa porque ela batalhou e batalha todos os dias por você. Seja mais grato e demonstre no dia-a-dia, afinal, ela não tem bola de cristal. 
E nem viverá pra sempre.

Que você seja um excelente filho para sua amada mãezinha.

Escrito por Mirameles Sabino - 14/05/2017






Pare o seu barulho

Martelo de "Thor" - se existisse, seria o ícone do barulho!
O dicionário Aurélio informa que o significado de "barulho" é:  Pôr em barulho, 2 - Confundir.; 3 - Amotinar. 4 - Enredar. Eu digo que é zoada. (O nordestês vai direto ao ponto) Um barulho, uma zoada é como uma batida incessante que cansa o ouvido e incomoda a harmonia do ambiente. Mas que barulho incomoda mais: aquele que vem de fora ou aquele que está dentro da nossa mente? É desse que eu quero comentar agora, não daquele.
As mentes criativas são as mais barulhentas, diria qualquer pessoa que parasse para refletir o assunto, afinal, tais pessoas estão constantemente procurando ideias novas, soluções arrojadas e alternativas. "Num indo e vindo infinito" - como na letra daquela música de sucesso.

O que nos leva a pensar: qual nossa atitude imediata quando o barulho dentro da gente é maior que o barulho que soa ao nosso redor? O incômodo é realmente grande, pois nos move a querer cessá-lo com brevidade: "Silêncio! Estou tentando trabalhar!" "Quieto! Não vê que estou pensando!" Pare com essa batida de panelas, de chinelas!" "Não aguento mais esse som!" Na verdade, esse é o meio mais curto de tentar transferir para o outro o NOSSO barulho, pois aquilo que realmente está incomodando está dentro da gente. Então, ruídos de passos, objetos caindo ao chão ou simplesmente o som da voz de outra pessoa vira o bode expiatório, pois o ser humano sempre prefere apontar erros e transferir suas querelas para fora de si, num movimento que a psicologia chama de projeção. Isso é mais comum do que se imagina: estou chateado comigo por falhas ou insucessos pessoais ou estou desorganizado pelos problemas que acumulei sem solução e não quero admitir isso a nenhum custo. Enfim, existem inúmeros motivos que podem tumultuar nossa mente com esses barulhos ensurdecedores. Se você já foi vítima desse vilão oculto (o barulho interior), busque alternativas mais empáticas para amenizá-lo, pois se o outro não for o verdadeiro motivo - o que geralmente ocorre - reclamar só vai agigantar o som que você quer calar.

Posso dar um conselho? Pare o seu barulho antes de pedir silêncio.

Mirameles Sabino - Escrito em 19/04/2017

Pedra à vista

Gordynha, minha gata-do-mato querendo surfar no carro!
Obstáculo me parece uma palavra bem elaborada para algo desagradável. Ela vai se ancorar em minha mente em conceitos como pedra, muro, dificuldade, barreira. Isso não é nada bom... Contudo, ouso dizer que obstáculos podem trazer boas alternativas, quando servem como propulsores de novas oportunidades.

Quando um obstáculo se apresenta, ele nos obriga a fazer um "pit stop" pois simplesmente não podemos continuar suportando por tanto tempo uma pequena pedra no sapato: vai incomodar, doer, machucar e até sangrar.

Não podemos ignorar um buraco na via, sob pena de danificar o veículo, ou o gato que está em cima do teto do carro: isso seria maldade com o bichinho. (veja a foto ao lado)

Em matéria de superação de obstáculos, a natureza é uma escola com pós-doutorado: todos os seres vivos: humanos, vegetais e animais, até os seres não vivos - já ouviu aquela frase que diz que o riacho encontrou o mar porque "aprendeu a contornar os obstáculos"? - dependem desta capacidade para avançar de qualquer forma.

Superar é transformar uma condição desfavorável em favorável, algo  fechado em aberto, inflexível em flexível... Você mesmo poderia pensar agora em algo que o impede (temporariamente) de galgar um degrau a mais, realizar um sonho, concluir uma etapa ou iniciar um novo ciclo. A boa notícia é que esta capacidade Deus, Autor de tudo que existe, já nos concedeu. A gente só precisa aprender a usá-la. Simples? O aluno que foi reprovado ou o candidato que não ficou entre os classificados de um concurso, que o diga.

São muito corriqueiras as situações em que os pequenos obstáculos se apresentam em nossas vidas, tornando-se pedras cada vez maiores à medida que os ignoramos sem os enfrentar. Fazemos isso deliberadamente, mas às vezes, sem querer. Nem sempre por ignorância do que fazer, mas do "como fazer." Acontece então, o pior: o "obstaculozinho" se transforma no nosso maior pesadelo: a coisa paralisante,  o inominável: não posso, não consigo, não aguento, não sei. Não: não e não.

Enfim, obstáculos nos forçam a pisar no freio, a diminuir ou parar os passos, refletir nossas atitudes e replanejar um novo modo de interagir até encontrar, como o faz a água corrente dos riachos, a melhor maneira de seguir adiante.

Já contornou a sua pedra do caminho hoje?

Mirameles Sabino - Escrito em 07/04/2017